sábado, 28 de junho de 2008

DOMAIN, DOMAIN

Uns dias atrás
Sonhava em ser alguém importante
Ser alguém melhor ainda
Ter os meus sonhos em telas

Escrevia fados e contos
Querendo me libertar em palavras
Que a voz clamava em gritar
E só achava esperança

Queria livros e música
Programas felizes, viagens homéricas
Adeus minha Grande Recife, vou-me embora para Moscou
E o Orgânico mais genial e criativo que tiveram visto

O Buda homérico e puro
De vidas a ajudar, da iluminação a me guiar
Do Deus justo e Verdadeiro me tomando forma
E os Anjos me guiando à luz

Do Gauche infanto-juvenil
Com o inicio estudantil
E grandes esperanças no coração
De mudar o que me era visto

Da Engenharia me tomando posse
Os condutores me passando forte
A verdade lânguida dos meus sonhos orgânicos
E o coração pára, luta ao extremo da verossimilhança

Das noites inacabáveis
E dos amigos passageiros e taciturnos
Que em números se viam confortáveis
Em uma inteligência individual

As mentiras contadas
Para obter concessões infindáveis
De almas alegres e sorridentes
Cansadas e desesperadas em uma semana descomunal

Números e símbolos mil
Para a cabeça juvenil se ver passada
Em tantas dúvidas diárias
Que jamais se viram tão atordoadas

Vejo um anjo de asas cortadas
Que não acredita em mais quase nada
Nem no amor, nem na amizade e nem na cura
E nem sabe mais voar!

Uma alma boa
Que foi decomposta por um mundo vil
De sonhos mil
E músicas melancólicas

Diz o homem agora
Que virou poeta pato
Que nem sentir sabe mais
Sabe apenas quantizar sentimentos vastos!

Diz o poeta agora
Que se fez homem triste
Para assumir o mundo nas costas
E contar a alegria de viver na estirpe

Diz o ser que brota lá fora
Que era para tudo ser diferente
Mas, de tão singular e único momento, que se faz
A pluralidade de sentimentos completa a demasia

E as veias que me pulsam
Exalam vontade e determinação
Em acreditar que tudo ainda poderá mudar
Que poderei ainda ser mais, e melhor, feliz!

-Iury Sousa e Silva-
29-09-2008

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